Quem conta: rosanaproença
Conta mais: minhas filhas aprenderam uma das lições mais bonitas.
Minhas filhas, na época com 6 e 7 anos, voltavam da escola pra casa com o meu irmão. Atravessavam uma praça, quando uma chuva forte e inesperada começou a cair.
As crianças gritando, surpresas, chamaram a atenção de um catador de lixo reciclável, que empurrava seu carrinho cheio de papelão. Foi quando ele os abordou e disse:
– Isso não pode acontecer, duas crianças tão lindas tomando essa chuva, podem ficar doentes!
E, abrindo seu guarda-chuva, ofereceu a eles, insistindo para que o pegassem.
Os três, mal acreditando no que estavam presenciando, aceitaram o oferecimento e continuaram o caminho de casa, muito emocionados. Ao chegarem, as meninas se dirigiram a mim contando o ocorrido com lágrimas de felicidade, maravilhadas com a atitude daquele homem tão humilde e tão solidário:
– Mãe, ele tinha tão pouco, o seu guarda-chuva era como se fosse a sua casa, acho que era tudo o que ele tinha, e nos deu!
Durante muito tempo, elas o guardaram, e não deixavam ninguém tomá-lo emprestado, na esperança de encontrar, em qualquer esquina, aquela alma bondosa e protetora. Queriam muito devolver o guarda-chuva!
Não encontraram o nobre homem, mas nunca se esqueceram dele e do seu ato de desprendimento!