Quem conta: kalinajuzwiak e marcoskorody
Conta mais: ele pode achar que não, mas adoçou o nosso dia.
Nós estávamos saindo de uma reunião em algum lugar na região dos Jardins, em São Paulo. Entramos no carro e a Kalina foi a motorista. Não me lembro bem o assunto, mas começou uma discussão. Nada grave, provavelmente algo sobre o comportamento de um e de outro durante a reunião, já que sempre gostamos de falar a respeito disso. Não para criticar, mas como um feedback construtivo.
Ao parar no semáforo, na esquina da Estados Unidos com a Rebouças, um homem em uma cadeira de rodas e com uma caixa de madeira repleta doces se aproxima da janela do carro e ali fica por alguns segundos. A Ka só percebeu sua presença através da minha visão periférica, pois o que eu estava falando naquele momento me parecia mais importante. Marcos, de repente, me interrompe:
– Ele está pedindo para você abrir a janela!
Confusa, ela olhou pro lado e, depois de pensar alguns segundos (maldita insegurança que criamos ao morar nesta cidade), abriu meia janela. Já o homem, abriu um grande sorriso e começou:
– Bom dia! Não brigue com ele! Quer uma bala para adoçar o seu dia?
Sorrimos e a Ka respondeu:
– Bom dia e obrigada, mas não comemos balas.
– Então um chocolate?
Marcos repondeu:
– Obrigado, mas não temos o costume de comer doces.
– Ah! Então tenho o perfeito para vocês – chiclete sem açúcar.
Não era o dia de sorte dele:
– Também não comemos chiclete. Desculpa…
Já nos sentindo mal, ele responde:
– Não tem problema! Uma próxima vez, talvez! Tenham um ótimo dia!
Antes que a gente respondesse, ele nos olhou nos olhos e disse:
– Não briguem! Vocês são mais bonitos sorrindo!
O semáforo abriu e nós partimos, com um sorriso bobo no rosto e vimos pelo espelho que ele também. : )